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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

À PROCURA DE UM AMOR




Você está aí sozinho.
Devora um saco de batatinha frita enquanto espera o telefone tocar.
Bem que poderia ser hoje, um amor novinho em folha!
Trrrimmm! É a sua mãe, quem mais poderia ser?
Amor nenhum faz chamada por telepatia.
Amor não atende com hora marcada.
Ele pode chegar antes e encontrar você numa fase galinha,
nem aí para relacionamentos.
Pode chegar tarde demais e ver você desiludido com a vida, desconfiado.
Por que ele nunca chega na hora certa?
Agora, por exemplo, você está de banho tomado,
empregado e com dinheiro para ir ao cinema!

Agora que você pintou o apartamento, organizou o seu quarto.
E justo agora está com o coração às moscas e morrendo de frio.
O amor aparece quando se menos imagina.
Você passa a festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga e mal
repara no outro alguém que só tem olhos para você.

O amor é que nem tesourinha de unhas.
Nunca está onde a gente pensa.
O amor pode estar num corredor de supermercado, numa fila de banco,
ou numa livraria, ao seu lado, num carro parado ali no trânsito.
O amor está em todos os lugares.
Você é que não procura direito.

Então, a primeira lição está dada: o amor é onipresente.
A segunda é mais imprevisível: não espere ouvir eu te amo num jantar à luz de velas.
Amor não gosta de clichês.
É bem possível que aquele “eu te amo” aconteça numa terça-feira, à tarde, depois de uma discussão.

Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.





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